Bom Dia pessoal, postei mais uma aula sobre Introdução ao Crânio.
Qualquer dúvida comentem ai... que assim que possível irei responder.
Abraços!
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quarta-feira, 14 de março de 2012
segunda-feira, 5 de março de 2012
IMAGEM NO TRAUMATISMO CRÂNIO-ENCEFÁLICO
EPIDEMIOLOGIA
O custo econômico
do traumatismo craniano para
a sociedade é estimado em
torno de U$ 83 bilhões
de dólares / ano , considerando-se não somente os custos hospitalares
como seqüelas
pós-hospitalares.
Aproximadamente cem mil vítimas de traumatismo
craniano a cada ano
sofrem de algum tipo
de perda debilitante da função para toda a vida .
70% das mortes
devido ao traumatismo
craniano ocorrem antes da chegada do paciente
ao hospital .
LESÕES TRAUMÁTICAS CEREBRAIS
PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS
- Lesão
por cisalhamento da substância
branca .
- Contusão
/ hematoma cerebral .
- Lesão
primária do tronco
cerebral .
- Hematoma
epidural.
- Hematoma
subdural.
- Higroma subdural.
- Hemorragia
intra-ventricular.
- Hemorragia
subaracnoide.
- Fratura do crânio e das partes
moles .
- Lesões
vasculares (disseccção, transecção, laceração e fístula ).
- Lesão
de par craniano.
LESÕES SECUNDÁRIAS
- Infarto
pós-traumático.
- Sangramento
tardio no tronco
cerebral .
- Infecção
pós-trauma.
- Necrose
por aumento
da pressão intra-craniana e/ou
herniação.
- Cisto
leptomingeo.
- Lesão
de par craniano subaguda e crônica .
As lesões traumáticas primárias podem ser
intra ou extra-axiais.
As lesões são
causadas por lesão
da superfície vascular
ou afundamento da calota
craniana resultando em laceração dos vasos
meningeos subjacentes ; podem causar hematomas na região
subdural, epidural, subaracnoide ou
intra-ventricular.
A força de cisalhamento é gerada nas interfaces entre
dois tecidos com densidade ou rigidez diferentes , por
exemplo , entre
o corpo caloso
e a foice do cérebro
e entre a substância
branca e a substância
cinzenta. Quanto
maior diferença
(gradiente) entre dois
tecidos maior
o dano à estes .
LESÃO CEREBRAL SECUNDÁRIA
As lesões traumáticas cerebrais
secundárias são usualmente
devido a complicação de processos patológicos
que ocorrem em
conseqüência à resposta
cerebral ao trauma ,
por exemplo ,
uma ferida perfurante do cérebro com
rotura da dura-mater e lesão primária do cérebro ,
podendo subseqüentemente levar
à infecção .
Outras lesões secundárias podem ser
causadas pela hipertensão ,
hipóxia, convulsão pós-trauma, aumento da pressão
intra-craniana, herniação cerebral , hemorragia tardia
e hidrocefalia.
A lesão secundária
mais comum
é o aumento de volume
do encéfalo , que
pode ocorrer devido
à edema e/ou
hiperemia.
De uma maneira geral
pode se dizer que
as lesões pós-traumáticas primárias já estão presentes
quando o paciente
chega ao serviço
de emergência do hospital
e as lesões secundárias se desenvolvem durante o internamento ou
após à este .
A escolha do método
de imagem para
avaliação do paciente com traumatismo
crânio-encefálico deve estar relacionado à condição clínica
do paciente .
Considera-se indicação ideal
para tomografia
computadorizada:
1 – Glasgow menor
ou igual
à oito .
2 – Fratura com afundamento da calota
craniana.
3 – Diminuição
do reflexo pupilar .
4 – Déficit neurológico focal.
5 – Piora
do Glasgow na reavaliação .
6 - Piora do nível de consciência .
7 – Perfuração craniana.
8 – Uso
de anti-coagulante ou distúrbio de coagulação
conhecido .
A tomografia
computadorizada é assim o exame
ideal para a
avaliação dos pacientes na fase aguda do traumatismo crânio-encefálico.
O exame
de tomografia computadorizada é um
exame rápido que se realiza em
cerca de 10 minutos ,
contudo necessita-se do paciente imóvel .
É um exame bastante sensível
para mostrar fraturas com
afundamento da calota craniana e sangramentos agudos .
É assim importante
um entendimento
das características técnicas
do exame .
A tomografia
computadorizada tem a grande vantagem de poder mensurar a densidade
dos tecidos , assim
sendo as medidas de densidade
por unidades
Hounsfield do parênquima cerebral é de
30 HU, para o cálcio
números superiores
à 100 HU e para a gordura
menores que
-100 HU com o liquor medindo cerca de 0 HU.
As hemorragias agudas terão uma densidade
em torno
de 40 a 80 HU na dependência da extensão da retração do coágulo
e dos valores de hemoglobina
presente no sangue
do paciente .
A ressonância magnética
é um excelente
exame para avaliação das estruturas neurais ,
contudo a longa
duração do exame ,
e as dificuldades técnicas
para o acompanhamento do paciente
dentro do equipamento ,
fazem com que
este exame
tenha uma indicação seletiva .
PROGNÓSTICO DO PACIENTE
O prognóstico está na verdade
relacionado ao grau de severidade da lesão ,
doenças pré-existentes, tempo relacionado entre
o trauma e o atendimento, o tipo do atendimento recebido e outras variáveis .
A correlação entre
os achados radiológicos
e a evolução da doença
não pode obedecer
uma escala numeral ,
podendo ser estimado em
pouco grave
ou muito
grave .
Deve-se
manter em mente que a tomografia computadorizada tem especial
dificuldade em
demonstrar as lesões
não hemorrágicas da substância
branca , do tronco
cerebral e da cortical junto à tábua interna .
A compressão desta cisterna
geralmente está associada
à uma pressão intra-craniana maior
que 20 mm de Hg.
A
presença de fratura não obrigatoriamente significa lesão
parenquimatosa ou extra-axial associada , contudo
um levantamento
feito por
Adams em 1975 mostrou que de 151 pacientes
que foram à óbito
por traumatismo
crânio-encefálico, 80% tinham fratura do crânio .
As
fraturas lineares
que ocorrem na região
do osso temporal
podem estar associadas à rotura da artéria meningea média com sangramento
epidural significativo .
As fraturas do crânio
costumam se consolidar em
3 meses nas crianças e pode levar até 1 ano no adulto , especialmente as fraturas
da base do crânio .
COLEÇÕES EXTRA-AXIAIS
O entendimento da anatomia
normal das meninges
é crucial para
o entendimento das coleções
extra-axiais pós-traumáticas.
HEMATOMA SUBDURAL
Os vasos venosos
de baixa pressão
que se estendem através
do espaço subaracnoide até a dura ,
podem sofrer estiramento
quando ocorre uma movimentação
do encéfalo , levando à sangramento .
A presença
do sangramento faz com
que o espaço
subdural se alargue propiciando o estiramento
de outros vasos
e novos sangramentos ,
até que
a pressão intra-craniana seja igual
ou superior
à pressão venosa .
EVOLUÇÃO
Os hematomas subdurais podem ser
divididos em agudo
(menos de uma semana )
que são
predominantemente hiperdensos, subagudos (entre
uma e três semanas )
que costumam ser
isodensos ao parênquima cerebral e crônicos (com mais de três semanas ) que são hipodensos em
relação ao parênquima cerebral .
HIGROMA SUBDURAL
Higroma subdural é
uma efusão de líquido
através dos capilares
da leptomeninge lesada. A formação da coleção
pode ser bastante
rápida e o aspecto
é bastante semelhante
ao hematoma subdural crônico , muitas vezes
não sendo possível
a distinção entre
estes .
HEMATOMA EPIDURAL
O hematoma epidural clássico
é um sangramento
arterial que descola a meninge do periósteo ,
formando uma clássica coleção hiperdensa biconvexa .
HEMORRAGIA INTRA-VENTRICULAR
A hemorragia intra-ventricular pode ocorrer
por uma extensão
direta de um
hematoma cerebral ,
rotura das veias supra-ependimárias ou extensão
retrograda de um sangramento
subaracnoideo através do IV ventrículo .
O sangue costuma se acumular
no corno posterior dos ventrículos laterais
formando um nível
líquido – líquido .
HEMORRAGIA SUBARACNOIDE
A hemorragia subaracnoide é extremamente
comum nos
traumatismos , contudo
o seu volume
pode ser bastante
pequeno .
O sangramento subaracnoideo se distribui na superfície do encéfalo ,
nos giros
e fissuras .
PNEUMOENCÉFALO
A causa
mais freqüente
do pneumoencéfalo é a fratura da parede posterior do osso frontal , contudo outras fraturas
da base do crânio
também podem formar
pneumoencéfalo.
O ar pode se acumular tanto nos espaços subdural, como
no epidural, subaracnoideo ou
intra-ventricular, e tem densidade muito baixa
(-1000 HU).
CONCUSSÃO CEREBRAL
A tomografia
computadorizada é normal nestes casos .
CONTUSÃO / HEMATOMA
O hematoma cerebral
é a mais comum
causa de deterioração clínica e morte em pacientes que tenham sofrido um
período de lucidez
após o traumatismo
crânio-encefálico.
A indicação cirúrgica dos pacientes
com sangramento
intraparenquimatoso ainda é alvo de controvérsia ,
contudo em
geral hematomas
que tenham um
diâmetro superior
à 4 cm, desvios da linha
média superior
à 1,5 cm, pressão intra-craniana maior que 30
mm, são candidatos
à drenagem .
Estas lesões são
hipodensas em tem aspecto
semelhante às seqüelas
de lesão vascular .
SANGRAMENTO INTRA-CEREBRAL TARDIO
O estudo seriado
do traumatismo craniano mostra
que este
é um processo
de evolução por
vezes inesperada ,
sendo o sangramento tardio
do parênquima que geralmente
ocorre na região da ponte
um fato
ainda sem
explicação adequada. Este sangramento por
vezes ocorre entre
2 a 4 dias após
o trauma .
LESÕES POR ARMA DE FOGO
A lesão pelo projetil causa vários tipos de lesão
ao tecido cerebral .
As lesões transfixantes nos
dois hemisférios
cerebrais quase
sempre são
fatais .
Os fragmentos metálicos
podem causar artefatos
significativos , sendo em muitos casos possível analisar o seu trajeto pelas pequenas
limalhas de metal
deixadas neste, assim fragmentos do projetil no trajeto
dos grandes vasos
são potencialmente
relacionados à laceração destes.
LESÃO AXONAL DIFUSA
Ocorre por um dano direto ao axônio na transição
das substâncias branca
e cinzenta, podendo mostrar pequenos
focos de sangramento
por vezes
não visíveis
na tomografia computadorizada. Nestes casos
a ressonância magnética
é o exame ideal
para demonstração destas lesões .
A lesão axonal difusa
geralmente está relacionada à traumatismo de alta velocidade , contudo
pode ocorrer também
em traumatismos
de baixa velocidade .
FRATURAS E TRAUMATISMOS DA COLUNA
CERVICAL
As fraturas da coluna
cervical são
mais comumente encontradas ao nível de C1-C2 e C5-C7.
As fraturas da coluna
cervical produzem lesão
neurológica em aproximadamente 40% dos casos , o que é bastante elevado
quando comparado aos traumas da coluna
tóraco-lombar em que
ocorrem lesões em
4% dos casos .
A incidência de lesão
neurológica é bastante elevada quando
ocorre lesão dos corpos
vertebrais e arcos neurais .
O tipo de lesão mais comum a força em flexão .
FRATURA DE JEFFERSON
É o tipo de fratura explosiva do anel
do atlas comprometendo o arco posterior e anterior e que
corresponde à um terço
de todas as fraturas do atlas .
Neste tipo de trauma
existe compressão do crânio sobre o atlas com transmissão de força
feita através
dos côndilos occipitais às massas laterais
do atlas .
A importância neste tipo
de fratura é a sua
identificação radiológica ,
uma vez que
a avaliação da junção crânio-cervical por radiografias
convencionais é as vezes
difícil e lesões
deste tipo podem passar
despercebidas.
O achado radiológico
em radiografia
em AP com
a boca aberta
é o deslocamento lateral
das massas do atlas
em relação
ao axis.
A maioria das lesões
são bilaterais ,
contudo lesão
unilateral pode estar
presente .
Pseudo fraturas podem ser
diagnosticadas nos casos
de crianças na faixa
em torno
de 4 anos em
que o crescimento
do atlas ainda
não está completamente
realizado e certa assimetria
em relação
ao axis pode estar presente .
Nestes casos o desvio lateral deve ser não maior do que 2 mm.
FRATURA DO ARCO POSTERIOR DO ATLAS
Neste tipo de fratura é muito comum a associação de outras fraturas
no restante da coluna cervical .
Esta fratura
também deve ser
examinada com cuidado ,
uma vez que
só é observada nas radiografias
em perfil
e a presença de superposição
entre os arcos
direito e esquerdo
podem mascarar esta lesão .
As fraturas dos arcos
neurais podem eventualmente
levar a lesões
das artérias vertebrais.
FRATURAS DO ARCO ANTERIOR
DO ATLAS
Esta fratura
é rara e ocorre com
hiperextensão do ligamento longitudinal
anterior e músculo
longus colli com arrancamento e
descolamento inferior do arco anterior , freqüentemente associado
também à fratura
do processo odontóide.
ROTURA DO LIGAMENTO
TRANSVERSO
Esta rotura isolada sem fratura do odontóide é extremamente rara .
A rotura do ligamento transverso está associada
mais freqüentemente
às fraturas de Jefferson, artrite reumatóide, espondilite anquilosante e síndrome de Reiter, também
nos pacientes
com síndrome
de Down é freqüente à frouxidão
ou agenesia
deste ligamento .
O achado radiológico
é de aumento do espaço
entre o odontóide e o arco anterior maior que 3 mm
no paciente adulto
e 5 mm na criança .
FRATURAS DOS AXIS
É a fratura
comum que
ocorre no arco anterior
do axis em hiperextensão, por desaceleração abrupta .
A linha de fratura ocorre através dos pedículos do axis e é bem
observada nas radiografias em perfil , se possível com 1 grau de flexão ,
com pequena
luxação anterior
de C2 sobre C3 também
pode estar presente .
É comum haver hemorragia pré-vertebral associada ,
podendo alargar o espaço
retro-faringeo e levar à compressão
das vias aéreas superiores ,
como o canal
vertebral à este nível
também é bastante
largo , não
é comum haver
compressão medular .
FRATURAS DO PROCESSO
ODONTÓIDE
Estas fraturas podem ser dividas em três tipos :
As fraturas da região
do odontóide também são
de difícil avaliação nas radiografias convencionais .
Na maioria das vezes
a instabilidade atlanto-axial tem maior importância
clínica , uma vez
que o efeito
guilhotina devido
ao deslocamento anterior
do atlas contra
o odontóide não fraturado pode levar ao estrangulamento
da medula .
-
Linha de fratura .
-
Fragmentação .
-
Deslocamento vertebral.
-
Interrupção da linha cervical posterior .
-
Aparente aumento
de tamanho do axis.
-
Aumento do espaço retro-faringeo.
RADIGRAFIA LATERAL
-
Linha de fratura .
-
Angulação do processo
odontóide é maior que
5 graus .
-
Osteolise
do processo odontóide
CAUSAS DE PSEUDO-FRATURA
- “Os
odontoideum”.
- Sincondrose
dentocentral.
- Superposição do arco
posterior de C2.
- Angulações
congenitas do processo odontóide.
- Dentes incisivos .
FRATURA DOS CORPOS VERTEBRAIS
É uma fratura
estável uma vez
que o disco
intervertebral, o ligamento longitudinal
anterior e posterior
estão íntegros , dois
terços ocorrem na V, VI e VII vértebras , na radiografia
em perfil ,
uma diferença superior
a 3 mm entre a altura
da parte anterior
e posterior do corpo
vertebral, compatível com fratura deste corpo .
As radiografias em
perfil podem mostrar
também aumento
do espaço pré-vertebral devido à hemorragia .
As radiografias AP são
de pouca valia
e ajudam principalmente para
diferenciar entre
fratura compressiva e fratura
por explosão ,
na qual a compressão
superior sobre
o núcleo pulposo faz com que haja
rotura do platô vertebral com os fragmentos
migrando centrifugamente.
Nestes casos radiografias
em AP vão
mostrar linhas
de fratura vertical .
Esta é uma fratura de forma triangular
que ocorre na parte
ântero-inferior do corpo vertebral,
sendo devida a hiperextensão levando a
avulsão ou hiperflexão com fratura por compressão .
Estas fraturas são instáveis e estão associadas à rotura ligamentar.
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