EPIDEMIOLOGIA
Nos Estados Unidos o trauma
é a causa principal de morte em pacientes com idade abaixo de
44 anos.
O custo econômico
do traumatismo craniano para
a sociedade é estimado em
torno de U$ 83 bilhões
de dólares / ano, considerando-se não somente os custos hospitalares
como seqüelas
pós-hospitalares.
Aproximadamente cem mil vítimas de traumatismo
craniano a cada ano
sofrem de algum tipo
de perda debilitante da função para toda a vida.
Cerca de cinco mil desenvolvem
epilepsia e duas mil
passam a manter vida
vegetativa.
70% das mortes
devido ao traumatismo
craniano ocorrem antes da chegada do paciente
ao hospital.
LESÕES TRAUMÁTICAS CEREBRAIS
PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS
LESÕES PRIMÁRIAS
- Lesão
por cisalhamento da substância
branca.
- Contusão
/ hematoma cerebral.
- Lesão
primária do tronco
cerebral.
- Hematoma
epidural.
- Hematoma
subdural.
- Higroma subdural.
- Hemorragia
intra-ventricular.
- Hemorragia
subaracnoide.
- Fratura do crânio e das partes
moles.
- Lesões
vasculares (disseccção, transecção, laceração e fístula).
- Lesão
de par craniano.
LESÕES SECUNDÁRIAS
- Infarto
pós-traumático.
- Sangramento
tardio no tronco
cerebral.
- Infecção
pós-trauma.
- Necrose
por aumento
da pressão intra-craniana e/ou
herniação.
- Cisto
leptomingeo.
- Lesão
de par craniano subaguda e crônica.
LESÕES CEREBRAIS PRIMÁRIAS
As lesões traumáticas primárias podem ser
intra ou extra-axiais.
As lesões são
causadas por lesão
da superfície vascular
ou afundamento da calota
craniana resultando em laceração dos vasos
meningeos subjacentes; podem causar hematomas na região
subdural, epidural, subaracnoide ou
intra-ventricular.
A força de cisalhamento é gerada nas interfaces entre
dois tecidos com densidade ou rigidez diferentes, por
exemplo, entre
o corpo caloso
e a foice do cérebro
e entre a substância
branca e a substância
cinzenta. Quanto
maior diferença
(gradiente) entre dois
tecidos maior
o dano à estes.
LESÃO CEREBRAL SECUNDÁRIA
As lesões traumáticas cerebrais
secundárias são usualmente
devido a complicação de processos patológicos
que ocorrem em
conseqüência à resposta
cerebral ao trauma,
por exemplo,
uma ferida perfurante do cérebro com
rotura da dura-mater e lesão primária do cérebro,
podendo subseqüentemente levar
à infecção.
Outras lesões secundárias podem ser
causadas pela hipertensão,
hipóxia, convulsão pós-trauma, aumento da pressão
intra-craniana, herniação cerebral, hemorragia tardia
e hidrocefalia.
A lesão secundária
mais comum
é o aumento de volume
do encéfalo, que
pode ocorrer devido
à edema e/ou
hiperemia.
Lesões vasculares traumáticas podem ser
primárias ou secundárias, e podem se manifestar de forma lenta, as vezes
dias ou
meses após o evento.
De uma maneira geral
pode se dizer que
as lesões pós-traumáticas primárias já estão presentes
quando o paciente
chega ao serviço
de emergência do hospital
e as lesões secundárias se desenvolvem durante o internamento ou
após à este.
ESTUDOS POR IMAGEM DO TRAUMATISMO CRÂNIO-ENCEFÁLICO
A escolha do método
de imagem para
avaliação do paciente com traumatismo
crânio-encefálico deve estar relacionado à condição clínica
do paciente.
Considera-se indicação ideal
para tomografia
computadorizada:
1 – Glasgow menor
ou igual
à oito.
2 – Fratura com afundamento da calota
craniana.
3 – Diminuição
do reflexo pupilar.
4 – Déficit neurológico focal.
5 – Piora
do Glasgow na reavaliação.
6 - Piora do nível de consciência.
7 – Perfuração craniana.
8 – Uso
de anti-coagulante ou distúrbio de coagulação
conhecido.
Assim sendo num paciente com hematoma epidural, dois extremos devem evitados, considerando-se por exemplo que uma radiografia
do crânio apesar
de baixa custo
e rapidez para
realização não
irá oferecer as informações
necessárias, por outro
lado, um
exame de ressonância
magnética, apesar
de oferecer as respostas
necessárias, irá tomar mais
tempo e com
um custo
muito elevado.
A tomografia
computadorizada é assim o exame
ideal para a
avaliação dos pacientes na fase aguda do traumatismo crânio-encefálico.
Pacientes com lesão na junção crânio-cervical geralmente
se beneficiam dos estudos radiológicos convencionais
da coluna cervical
com radiografias
laterais e oblíquas, e na dependência do resultado
destas e da condição clínica do paciente,
exame com flexão e extensão
e eventualmente ressonância
magnética.
TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA
O exame
de tomografia computadorizada é um
exame rápido que se realiza em
cerca de 10 minutos,
contudo necessita-se do paciente imóvel.
É um exame bastante sensível
para mostrar fraturas com
afundamento da calota craniana e sangramentos agudos.
É assim importante
um entendimento
das características técnicas
do exame.
A tomografia
computadorizada tem a grande vantagem de poder mensurar a densidade
dos tecidos, assim
sendo as medidas de densidade
por unidades
Hounsfield do parênquima cerebral é de
30 HU, para o cálcio
números superiores
à 100 HU e para a gordura
menores que
-100 HU com o liquor medindo cerca de 0 HU.
As hemorragias agudas terão uma densidade
em torno
de 40 a 80 HU na dependência da extensão da retração do coágulo
e dos valores de hemoglobina
presente no sangue
do paciente.
A ressonância magnética
é um excelente
exame para avaliação das estruturas neurais,
contudo a longa
duração do exame,
e as dificuldades técnicas
para o acompanhamento do paciente
dentro do equipamento,
fazem com que
este exame
tenha uma indicação seletiva.
PROGNÓSTICO DO PACIENTE
O prognóstico está na verdade
relacionado ao grau de severidade da lesão,
doenças pré-existentes, tempo relacionado entre
o trauma e o atendimento, o tipo do atendimento recebido e outras variáveis.
A correlação entre
os achados radiológicos
e a evolução da doença
não pode obedecer
uma escala numeral,
podendo ser estimado em
pouco grave
ou muito
grave.
Em geral os pacientes
que tem tomografia
de crânio inicial
normal tem boa evolução,
enquanto que
aqueles que
mostram uma combinação de hematoma com edema cerebral,
especialmente as crianças,
tem evolução pouco
favorável.
Deve-se
manter em mente que a tomografia computadorizada tem especial
dificuldade em
demonstrar as lesões
não hemorrágicas da substância
branca, do tronco
cerebral e da cortical junto à tábua interna.
Entre os sinais
de alerta a presença
de obliteração das cisternas
perimesencefálicas que indica o aumento de volume do encéfalo.
A compressão desta cisterna
geralmente está associada
à uma pressão intra-craniana maior
que 20 mm de Hg.
Desvio da linha
média maior que 15 mm, é outro
sinal de gravidade.
FRATURAS
CRANIANAS
A
presença de fratura não obrigatoriamente significa lesão
parenquimatosa ou extra-axial associada, contudo
um levantamento
feito por
Adams em 1975 mostrou que de 151 pacientes
que foram à óbito
por traumatismo
crânio-encefálico, 80% tinham fratura do crânio.
As
fraturas lineares
que ocorrem na região
do osso temporal
podem estar associadas à rotura da artéria meningea média com sangramento
epidural significativo.
As fraturas do crânio
costumam se consolidar em
3 meses nas crianças e pode levar até 1 ano no adulto, especialmente as fraturas
da base do crânio.
COLEÇÕES EXTRA-AXIAIS
O entendimento da anatomia
normal das meninges
é crucial para
o entendimento das coleções
extra-axiais pós-traumáticas.
HEMATOMA SUBDURAL
Os vasos venosos
de baixa pressão
que se estendem através
do espaço subaracnoide até a dura,
podem sofrer estiramento
quando ocorre uma movimentação
do encéfalo, levando à sangramento.
A presença
do sangramento faz com
que o espaço
subdural se alargue propiciando o estiramento
de outros vasos
e novos sangramentos,
até que
a pressão intra-craniana seja igual
ou superior
à pressão venosa.
Um hematoma subdural agudo
tem densidade elevada
(40 à 80 HU) escorre livremente sobre a superfície
do encéfalo, dependendo do seu tamanho
comprime este,
podendo causar desvio
da linha média
e herniação através do tentório com compressão
do tronco cerebral.
EVOLUÇÃO
Os hematomas subdurais podem ser
divididos em agudo
(menos de uma semana)
que são
predominantemente hiperdensos, subagudos (entre
uma e três semanas)
que costumam ser
isodensos ao parênquima cerebral e crônicos (com mais de três semanas) que são hipodensos em
relação ao parênquima cerebral.
Não é incomum os pacientes
com hematoma
subdural crônico sofrerem novos sangramentos,
sendo este especialmente
comum nos
pacientes idosos.
Calcificações podem ocorrer nos hematomas subdurais crônicos.
Não é incomum após a drenagem do hematoma
extra-dural as lesões cerebrais tornarem-se visíveis.
HIGROMA SUBDURAL
Higroma subdural é
uma efusão de líquido
através dos capilares
da leptomeninge lesada. A formação da coleção
pode ser bastante
rápida e o aspecto
é bastante semelhante
ao hematoma subdural crônico, muitas vezes
não sendo possível
a distinção entre
estes.
HEMATOMA EPIDURAL
O hematoma epidural clássico
é um sangramento
arterial que descola a meninge do periósteo,
formando uma clássica coleção hiperdensa biconvexa.
Como estas coleções estão do lado
externo da dura-mater elas cruzam livremente
a linha média
ao contrário dos hematomas
subdurais.
Alguns autores consideram que
coleções com
até 1,5 cm de espessura
ou menos
de 40 ml podem ser manejadas clinicamente, na dependência da condição
clínica do paciente
HEMORRAGIA INTRA-VENTRICULAR
A hemorragia intra-ventricular pode ocorrer
por uma extensão
direta de um
hematoma cerebral,
rotura das veias supra-ependimárias ou extensão
retrograda de um sangramento
subaracnoideo através do IV ventrículo.
O sangue costuma se acumular
no corno posterior dos ventrículos laterais
formando um nível
líquido – líquido.
HEMORRAGIA SUBARACNOIDE
A hemorragia subaracnoide é extremamente
comum nos
traumatismos, contudo
o seu volume
pode ser bastante
pequeno.
O sangramento subaracnoideo se distribui na superfície do encéfalo,
nos giros
e fissuras.
PNEUMOENCÉFALO
A causa
mais freqüente
do pneumoencéfalo é a fratura da parede posterior do osso frontal, contudo outras fraturas
da base do crânio
também podem formar
pneumoencéfalo.
O ar pode se acumular tanto nos espaços subdural, como
no epidural, subaracnoideo ou
intra-ventricular, e tem densidade muito baixa
(-1000 HU).
CONCUSSÃO CEREBRAL
Concussão é descrito
clinicamente por uma lesão severa da
cabeça com
coma de pelo menos 6 horas ou mais. É considerado uma lesão
cerebral de média
intensidade com
evolução favorável.
A tomografia
computadorizada é normal nestes casos.
CONTUSÃO / HEMATOMA
O hematoma cerebral
é a mais comum
causa de deterioração clínica e morte em pacientes que tenham sofrido um
período de lucidez
após o traumatismo
crânio-encefálico.
A indicação cirúrgica dos pacientes
com sangramento
intraparenquimatoso ainda é alvo de controvérsia,
contudo em
geral hematomas
que tenham um
diâmetro superior
à 4 cm, desvios da linha
média superior
à 1,5 cm, pressão intra-craniana maior que 30
mm, são candidatos
à drenagem.
Com o tempo a lesão
diminui de tamanho e o tecido necrótico é retirado sobrando uma área de gliose retrátil.
Estas lesões são
hipodensas em tem aspecto
semelhante às seqüelas
de lesão vascular.
SANGRAMENTO INTRA-CEREBRAL TARDIO
O estudo seriado
do traumatismo craniano mostra
que este
é um processo
de evolução por
vezes inesperada,
sendo o sangramento tardio
do parênquima que geralmente
ocorre na região da ponte
um fato
ainda sem
explicação adequada. Este sangramento por
vezes ocorre entre
2 a 4 dias após
o trauma.
LESÕES POR ARMA DE FOGO
A lesão pelo projetil causa vários tipos de lesão
ao tecido cerebral.
As lesões transfixantes nos
dois hemisférios
cerebrais quase
sempre são
fatais.
Os fragmentos metálicos
podem causar artefatos
significativos, sendo em muitos casos possível analisar o seu trajeto pelas pequenas
limalhas de metal
deixadas neste, assim fragmentos do projetil no trajeto
dos grandes vasos
são potencialmente
relacionados à laceração destes.
LESÃO AXONAL DIFUSA
Ocorre por um dano direto ao axônio na transição
das substâncias branca
e cinzenta, podendo mostrar pequenos
focos de sangramento
por vezes
não visíveis
na tomografia computadorizada. Nestes casos
a ressonância magnética
é o exame ideal
para demonstração destas lesões.
A lesão axonal difusa
geralmente está relacionada à traumatismo de alta velocidade, contudo
pode ocorrer também
em traumatismos
de baixa velocidade.
FRATURAS E TRAUMATISMOS DA COLUNA
CERVICAL
As fraturas da coluna
cervical são
mais comumente encontradas ao nível de C1-C2 e C5-C7.
As fraturas da coluna
cervical produzem lesão
neurológica em aproximadamente 40% dos casos, o que é bastante elevado
quando comparado aos traumas da coluna
tóraco-lombar em que
ocorrem lesões em
4% dos casos.
A incidência de lesão
neurológica é bastante elevada quando
ocorre lesão dos corpos
vertebrais e arcos neurais.
Em 10% dos traumas pode haver lesão neurológica sem
fratura associada.
O tipo de lesão mais comum a força em flexão.
FRATURA DE JEFFERSON
É o tipo de fratura explosiva do anel
do atlas comprometendo o arco posterior e anterior e que
corresponde à um terço
de todas as fraturas do atlas.
Neste tipo de trauma
existe compressão do crânio sobre o atlas com transmissão de força
feita através
dos côndilos occipitais às massas laterais
do atlas.
São fraturas que
ocorrem em acidentes
automobilísticos e mergulho em água rasa.
Não é habitual encontrar-se lesão
neurológica neste tipo de fratura,
sendo mais comum
dor persistente
no pescoço.
A importância neste tipo
de fratura é a sua
identificação radiológica,
uma vez que
a avaliação da junção crânio-cervical por radiografias
convencionais é as vezes
difícil e lesões
deste tipo podem passar
despercebidas.
O achado radiológico
em radiografia
em AP com
a boca aberta
é o deslocamento lateral
das massas do atlas
em relação
ao axis.
Quando se observa um afastamento superior
à 8 mm em relação
ao processo odontóide é indicativo
de rotura do ligamento transverso associado.
A maioria das lesões
são bilaterais,
contudo lesão
unilateral pode estar
presente.
Pseudo fraturas podem ser
diagnosticadas nos casos
de crianças na faixa
em torno
de 4 anos em
que o crescimento
do atlas ainda
não está completamente
realizado e certa assimetria
em relação
ao axis pode estar presente.
Anomalias de desenvolvimento do atlas,
torcicolo e subluxação atlanto-axial também podem simular fratura de Jefferson.
Nestes casos o desvio lateral deve ser não maior do que 2 mm.
FRATURA DO ARCO POSTERIOR DO ATLAS
Este é o tipo de fratura mais comum e habitualmente ocorrem nos
dois lados do
arco neural devido à compressão
deste entre C2 e a base
do crânio.
Neste tipo de fratura é muito comum a associação de outras fraturas
no restante da coluna cervical.
Esta fratura
também deve ser
examinada com cuidado,
uma vez que
só é observada nas radiografias
em perfil
e a presença de superposição
entre os arcos
direito e esquerdo
podem mascarar esta lesão.
As fraturas dos arcos
neurais podem eventualmente
levar a lesões
das artérias vertebrais.
FRATURAS DO ARCO ANTERIOR
DO ATLAS
Esta fratura
é rara e ocorre com
hiperextensão do ligamento longitudinal
anterior e músculo
longus colli com arrancamento e
descolamento inferior do arco anterior, freqüentemente associado
também à fratura
do processo odontóide.
ROTURA DO LIGAMENTO
TRANSVERSO
Esta rotura isolada sem fratura do odontóide é extremamente rara.
A rotura do ligamento transverso está associada
mais freqüentemente
às fraturas de Jefferson, artrite reumatóide, espondilite anquilosante e síndrome de Reiter, também
nos pacientes
com síndrome
de Down é freqüente à frouxidão
ou agenesia
deste ligamento.
O achado radiológico
é de aumento do espaço
entre o odontóide e o arco anterior maior que 3 mm
no paciente adulto
e 5 mm na criança.
Sinais
de compressão da medula
podem não estar
evidentes uma vez
que o canal
nesta região é relativamente
largo, podendo ser
necessário deslocamento
superior à 10 mm para
que isto
ocorra.
FRATURAS DOS AXIS
FRATURA POR ENFORCAMENTO
(ESPONDILOLISTESE TRAUMÁTICA)
É a fratura
comum que
ocorre no arco anterior
do axis em hiperextensão, por desaceleração abrupta.
A linha de fratura ocorre através dos pedículos do axis e é bem
observada nas radiografias em perfil, se possível com 1 grau de flexão,
com pequena
luxação anterior
de C2 sobre C3 também
pode estar presente.
É comum haver hemorragia pré-vertebral associada,
podendo alargar o espaço
retro-faringeo e levar à compressão
das vias aéreas superiores,
como o canal
vertebral à este nível
também é bastante
largo, não
é comum haver
compressão medular.
FRATURAS DO PROCESSO
ODONTÓIDE
Estas fraturas podem ser dividas em três tipos:
Tipo 1 – Neste tipo de fratura ocorre avulsão da ponta
do processo odontóide devido
à stress do ligamento alar
ou apical.
Tipo 2 – É a fratura na junção do processo
odontóide com o corpo
do axis, é a fratura mais
comum e geralmente
ocorre a não consolidação
devido diminuição
da vascularização do fragmento separado.
Quando ocorre o calo ósseo ele pode ser exuberante reduzindo as dimensões
do canal vertebral
Tipo 3 – É na base do corpo do processo
odontóide.
As fraturas da região
do odontóide também são
de difícil avaliação nas radiografias convencionais.
Na maioria das vezes
a instabilidade atlanto-axial tem maior importância
clínica, uma vez
que o efeito
guilhotina devido
ao deslocamento anterior
do atlas contra
o odontóide não fraturado pode levar ao estrangulamento
da medula.
SINAIS RADIOLÓGICOS DE FRATURA DO PROCESSO ODONTÓIDE
RADIOGRAFIA
-
Linha de fratura.
-
Fragmentação.
-
Deslocamento vertebral.
-
Interrupção da linha cervical posterior.
-
Aparente aumento
de tamanho do axis.
-
Aumento do espaço retro-faringeo.
RADIGRAFIA LATERAL
-
Linha de fratura.
-
Angulação do processo
odontóide é maior que
5 graus.
-
Osteolise
do processo odontóide
CAUSAS DE PSEUDO-FRATURA
- “Os
odontoideum”.
- Sincondrose
dentocentral.
- Superposição do arco
posterior de C2.
- Angulações
congenitas do processo odontóide.
- Dentes incisivos.
FRATURA DOS CORPOS VERTEBRAIS
Este tipo de fratura ocorre por compressão
do corpo vertebral em
hiperflexão forçada.
É uma fratura
estável uma vez
que o disco
intervertebral, o ligamento longitudinal
anterior e posterior
estão íntegros, dois
terços ocorrem na V, VI e VII vértebras, na radiografia
em perfil,
uma diferença superior
a 3 mm entre a altura
da parte anterior
e posterior do corpo
vertebral, compatível com fratura deste corpo.
As radiografias em
perfil podem mostrar
também aumento
do espaço pré-vertebral devido à hemorragia.
As radiografias AP são
de pouca valia
e ajudam principalmente para
diferenciar entre
fratura compressiva e fratura
por explosão,
na qual a compressão
superior sobre
o núcleo pulposo faz com que haja
rotura do platô vertebral com os fragmentos
migrando centrifugamente.
Nestes casos radiografias
em AP vão
mostrar linhas
de fratura vertical.
FRATURA EM LÁGRIMA
Esta é uma fratura de forma triangular
que ocorre na parte
ântero-inferior do corpo vertebral,
sendo devida a hiperextensão levando a
avulsão ou hiperflexão com fratura por compressão.
Estas fraturas são instáveis e estão associadas à rotura ligamentar.
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